quinta-feira, 30 de abril de 2009

O que o Jornalismo está a fazer pela Marta




Não é hábito um jornal de referência tomar um tema desta delicadeza e reproduzi-lo em forma de artigo.
O “Diário de Noticias” de 28 de Abril deu em excelente exemplo de Jornalismo de Causas, ao trazer à coação a história da pequena Marta, uma menina de apenas 4 anos de idade cuja vida depende talvez de um de nós.
O DN, num trabalho da jornalista Anabela Ferreira, pegou nesta história que tem corrido centenas de páginas na Web e transformou-a em acontecimento. O trabalho ocupa uma página central, com foto, e foi, inclusivamente, chamado à capa do jornal. A peça inclui algumas informações didácticas, explicando as condições para se doar medula, informações estatísticas, nomeadamente sobre o número de dadores e presta ainda um conjunto de informações e contactos sobre como ajudar.
A peça não esqueceu a importância das redes sociais. É que a família lançou uma campanha no Facebook. A mensagem foi eficaz e o elevado número de respostas levou o banco nacional a pedir ajuda a enfermeiros exteriores para recolher amostras.
Marta soube que tinha uma daquelas doenças que roubam os sonhos dos meninos em Fevereiro deste ano. Já fez três ciclos de tratamento e procura agora um dador. O transplante é a sua última esperança.
Ver outros bons exemplos por esta causa. Outros haverão, certamente. Se os fizerem chegar, tenho muito gosto em publica-los.

terça-feira, 28 de abril de 2009

"Hug me"

"Um abraço para Sempre"
O título foi sugerido pela Vera Inácio. O sub-título é da Niki. Obrigada a ambas pelas sugestões. Segue-se outra foto, sempre à procura de um bom título.

Na terra dos sonhos




Este clássico de Jorge Palma, diz-nos que na terra dos sonhos, podemos ser quem nós somos, porque ninguém nos leva a mal e que toda a gente trata a gente toda por igual.
Utopias!A terra dos sonhos não existe. Ou, se existe apenas é apenas concretizável em alguns imaginários. A realidade castra o alcance à terra dos sonhos.
Mas, há sonhos que podemos ajudar a concretizar. Senão, vejamos:
Desde há alguns tempos que sigo o trajecto comunicacional do Twitter. Um dos participantes que sigo, a Alberta Marques Fernandes, jornalista da RTPN, lançava outro dia na rede um link para a Terra dos Sonhos. Despertou-me o interesse e fui lá ver do que se tratava.
A “Terra dos Sonhos” é uma organização não lucrativa de wish granting em Portugal. É uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sob a forma de associação de solidariedade social com fim de acção social, cujo fim principal é a realização dos sonhos de crianças e adolescentes diagnosticados com doenças crónicas e/ou em fase terminal.
Na página inicial podemos ler que: “Acreditamos na força inspiradora e transformadora dos pequenos momentos únicos, como motor de melhoria da qualidade de vida das crianças e dos familiares e amigos que convivem de perto com estas realidades.”
Uma parte considerável das actividades da associação depende do papel essencial dos voluntários, assunto que abordei num dos post anteriores.
Se perdermos um pouco do nosso tempo na exploração do site, tropeçamos na Ana, 9 anos, que sonha em ter um quarto de princesa. A Maria, 12 anos, sonha em subir ao céu num salto de pára-quedas. Também fiquei encantada com o Suncari, 15 anos. Não pede um Ferrari nem as estrelas. Quer tão simplesmente visitar a mãe que está na Guiné.

E, se perdemos só mais 5 minutos, qual varinha mágica do imaginário, podemos fazer a diferença e, à distância de um click, ajudar estas crianças e jovens, repito, vitimas de doença crónica e/ou em fase terminal.
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és.
Onde fica?
O mapa diz que é aqui. Entra lá.



Terra Dos Sonhos - Jorge Palma

sábado, 25 de abril de 2009

No dia em que Salgueiro Maia saiu à rua







Tive o prazer de conhecer Salgueiro Maia ainda em vida. Já lá vão uns anos - era eu uma jovem reporter- mas a memória não me deixa esquecer a nobreza e o exemplo de valentia. Salgueiro Maia, soldado português, comandou as forças que avançaram sobre Lisboa no 25 de Abril de 1974. Pôs fim à ditadura militar e forçou a rendição de Marcello Caetano. Foi aclamado em apoteose. Salgueiro Maia impediu uma devastação desnecessária e deu aos Portugueses um novo amanhecer. Personifica o herói dos tempos modernos. “A tranquilidade, coragem e serenidade que soube transmitir fazem com que simbolize todo aquele movimento”, como escreveu a escritora Inês Pedrosa.
Foi o mais puro símbolo da coragem e generosidade dos capitães de Abril. “É a figura da Revolução”, disse um dia a escritora Alice Vieira. Salgueiro Maia, militar português, avançou sobre Lisboa em 25 de Abril de 1974. À frente de 240 homens e com dez carros de combate da Escola Prática de Cavalaria, ocupou o Terreiro do Paço, levando à fuga os ministros de um regime ditatorial que durava há quase 50 anos. Obrigou Marcello Caetano à rendição e a demitir-se.
Obrigada Capitão


Saiba mais sobre a revolução que mudou Portugal aqui

e não deixe de passar por aqui

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Yes he can


(Fonte:Reuters)

domingo, 19 de abril de 2009

"Vida de Cão"


Autor do Título: Pedro Macieira.

Análise aos resultados do 2º inquèrito. Já pensaste em fazer voluntariado?

A resposta à pergunta “Já pensaste em fazer voluntariado?”, é clara: A maioria dos participantes diz que há falta de informação sobre o assunto.
Na era da informação em tempo real, esta maioria de resposta deixa-me incomodada.
Fiz o seguinte exercício: Fui ao motor de busca do Google (ainda não dá resposta para todos os nossos problemas, mas ajuda) e pedi resultados para “voluntariado em Portugal”. Deixo, como contributo, algumas respostas. Agora, é só termos vontade e procurar na nossa cidade, na nossa rua, se calhar na porta ao lado da nossa.
Já agora, aproveito para dizer que em Abrantes podemos fazer voluntariado em organismos como: Banco Alimentar Contra a Fome (é só procurar a paróquia de S. Vicente); Cruz Vermelha (junto ao Castelo); Hospital da cidade (junto da Liga de Amigos).
Vamos então às sugestões: Aqui, aqui ou aqui

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Porque é que tinha de me acontecer isto"

Três mães que tiveram filhos com trissomia 21 contaram à jornalista Gina Pereira, do Jornal de Notícias, como foi lidar com a notícia da doença: o choque, as dúvidas, a reacção da família e dos amigos e a ansiedade do que iria significar esta mudança no futuro das suas vidas. Hoje garantem ser muito felizes. Ultrapassaram medos e obstáculos.

Este bom contributo do jornalismo de causas foi publicado na edição de 2ª feira do JN. Infelizmente, não foi publicado na edição on-line.
São histórias destas (sim, o jornalismo também conta histórias de vida) que fazem a diferença numa sociedade de indiferenças.

Do artigo, cito um excerto do testemunho de Maria João Duarte, 48 anos, um filho com trissomia 21: Tomás, 15 anos.

“ Teve o que se costuma a chamar uma gravidez santa (…) nada indicava que pudesse haver problemas. Correu tudo bem, até ao dia em que Tomás decidiu nascer à pressa (…) De repente, acorreram vários médicos à sala de partos (…), mas Maria João, cansada do trabalho de parto, nem se apercebeu da tensão. O marido foi chamado à parte por um médico para lhe dizer que suspeitavam que o bebé tinha um problema cromossomático. Maria João recebeu a notícia de chofre, através de uma conversa de corredor entre duas empregadas de limpeza: “esta que acabou agora de parir teve um filho mongolóide” (…) Porque é que tinha de me acontecer isto? Eu vou ser capaz? Como é que vai ser a minha vida?”. O turbilhão de perguntas e dúvidas só se dissipou na manhã do dia seguinte, quando pode ir ver o filho à incubadora, pegá-lo ao colo e despi-lo. “Então mas e só isto?”, lembra-se de pensar: “ o meu filho é tão bonito”. Regressou a casa no mesmo dia, cheia de dúvidas. (…) O que mais lhe custou foram os silêncios. “As pessoas chegavam ao pé de nós e não sabiam o que dizer. Não nos davam os parabéns. Bolas, eu acabei de ser mãe!”

Saber mais sobre a trissomia 21 aqui e aqui

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Albinos


Quando aqui cheguei assumi o compromisso de procurar boas práticas em matéria de jornalismo de causas.
A imprensa escrita do dia 13 de Abril de 2009 pareceu-me dar uma boa resposta.
Começo pela edição do Jornal “Público”. Nas páginas 6 e 7, encontramos uma reportagem da jovem jornalista Susana Almeida Ribeiro, intitulada “Albinos em África – um apartheid genético que faz vítimas”, da qual aqui transcrevo um excerto:



“(…)Em alguns países africanos, os albinos têm uma curta esperança de vida, porque são perseguidos, mortos, e partes dos seus corpos usadas em rituais de feitiçaria (…)
Ser albino pode ser uma maldição em determinadas zonas rurais de África. Apesar do exponencial crescimento vivido no continente, continuam a existir muitas bolsas de ruralidade, miséria e obscurantismo, onde a diferença é encarada com desconfiança e receio. Muitos acreditam que os albinos têm poderes sobrenaturais e que trazem má sorte. Este tipo de preconceitos, em comunidades tribais dominadas por feiticeiros, transforma os albinos em alvo de ataques. Muitos são mortos e desmembrados. Os seus dedos servem para fazer amuletos e o seu sangue para fazer uma bebida chamada “muti” e que, segundo crenças rurais, trará sorte e riqueza a quem a beber(…) Estes fenómenos associados à feitiçaria têm raízes profundas em diferentes sociedades africanas. Esta discriminação é sentida também nos países africanos de língua oficial portuguesa (…)
Os albinos são portadores de um defeito genético hereditário que os impede de produzir amelanina, o pigmento que dá origem à cor da pele, do cabelo e dos olhos. Isto significa que os albinos têm pele muito sensível, o que pode ser uma sentença de morte anunciada, graças às altas temperaturas e à forte exposição solar, num continente onde os cremes protectores são um bem escasso. (…) È muito comum, logo após o nascimento, os pais não assumirem as crianças albinas, deixando-as entregues às mães ou ao abandono precoce. Muitos pensam que se a mulher deu à luz um filho albino foi porque dormiu com um branco. Muita gente acredita também que o albinismo é uma doença contagiosa. Outros juram que a sida se cura praticando sexo com uma albina. (…)”

Infelizmente não é possível colocar um link para a reportagem completa. Só está disponível para assinantes do “Público” on-line. Para quem estiver interessado, posso fornecer cópia em papel.
Recomendo outro texto, fotos e vídeo sobre o assunto aqui.

A jornalista Susana Almeida Ribeiro venceu o prémio Jovem Jornalista Europeu em Portugal. Tem presença no Faceboock.

sábado, 11 de abril de 2009

Imagem da semana


A Paixão de Cristo
(retirada daqui)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Análise aos resultados do 1º inquérito: Que tipo de notícias mais lê nos jornais

A política já não faz as manchetes com a mesma regularidade de há umas décadas atrás. A imprensa encontrou outros temas de carácter mais social para as sua matérias jornalísticas. A investigadora Isabel Nery explica isso muito bem no livro "Política & Jornais". Ela explica que ao longo dos anos 90, de forma gradual, a política perdeu peso nas primeiras páginas dos matutinos - de manchete passou a notícia secundária -, em detrimento dos temas de sociedade. Esta mudança trouxe, em contrapartida, um outro envolvimento político na imprensa, já que os temas sociais arrastaram consigo o desempenho dos polítiocos perante esses problemas que fazem parte do quotidiano dos cidadãos. Ou seja, a política transformou-se, mudou o seu campo de acção.
Neste inquèrito, a uma escala muito reduzida, foi possível verificar terem sido os temas sociais o que acolheu maior interesse dos participantes.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ajudar por uma causa



A partir de agora a população residente no concelho de Abrantes poderá usufruir de mais um apoio aos doentes acamados ou com dependência física. O Centro de Recursos de Ajudas Técnicas – CRAT -, foi apresentado no dia 7 de Abril. Será dinamizado pela Associação “Vidas Cruzadas” (IPSS), através de um protocolo estabelecido com o Município de Abrantes, a Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e o Centro Hospitalar do Médio Tejo. O Centro de Recursos pretende rentabilizar equipamentos, como por exemplo cadeiras de rodas, camas articuladas, andarilhos ou canadianas e, fundamentalmente, dar resposta à necessidade de minimizar o problema de aquisição de ajudas técnicas para utentes em recuperação ou dependentes. Ao usufruir do serviço prestado pelo CRAT, o doente beneficiará do equipamento durante o período de recuperação do seu problema de saúde, e posteriormente devolvê-lo-á ao Centro, de modo a que outros doentes o possam utilizar. Segundo o regulamento do Centro, podem candidatar-se à atribuição destes equipamentos, pessoas com deficiência permanente ou temporária que precisem, de forma temporária ou definitiva, de ajudas técnicas, por motivos de perda de autonomia física, desde que residam no concelho e não recebam rendimento anual per capita superior a €7.500.

Saber mais aqui

Respeitar as diferenças

terça-feira, 7 de abril de 2009

Quando a terra treme e a solidariedade se faz nas redes sociais



" Solidarietà: Terremoto in Abruzzo ", assim se chama a campanha de solidariedade a favor das vítimas do sismo, que ocorreu esta madrugada, em Itália, criada no Facebook , uma rede social na Internet.
A página do site indica a conta bancária e a direcção da Cruz Vermelha Italiana como o destino de recolha do dinheiro. No entanto, a Associação de doação de sangue de Itália também faz um pedido de doação de sangue.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Imagem da semana

retirada daqui



sábado, 4 de abril de 2009

Uma cozinha social para Abrantes

O responsável pela Delegação de Abrantes do Banco Alimentar Contra a Fome (BACF) reclamou hoje a criação de uma "Cozinha Social", de modo a que os mais carenciados possam ter, "ao menos, uma refeição por dia”.
O "aumento de desempregados" e as "dificuldades em assegurar até ao final do mês todas as necessidades do agregado familiar" há muito que são sentidas no BACF de Abrantes, revelou à Lusa o responsável pela instituição: “todos os dias aparece mais gente a pedir e não há capacidade para dar resposta a todos as solicitações. "Tem havido um aumento crescente da procura. Há muitas famílias em dificuldade. Cada dia que passa há mais famílias a pedir apoio alimentar e diariamente recebemos um número incrível de pessoas a pedir trabalho, dinheiro ou que lhe paguemos as contas da água, da luz ou da renda de casa. Entendo que em Abrantes já se justificava a criação de uma ‘Cozinha Social’, onde os mais necessitados possam ter, ao menos, uma refeição por dia”.
José da Graça disse à Lusa que “a dimensão das solicitações é de tal ordem que convida a uma reflexão muito séria e exige um espírito cada vez mais solidário".
Ouvir as declarações do Cónego José da Graça, aqui.

A arte como visibilidade de causas

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Do que não se fala na cimeira do G20




quarta-feira, 1 de abril de 2009

Derrubar barreiras e vencer


O jornal online Metronews, liderado por um jovem de Oliveira de Azeméis, com paralisia cerebral, assinala esta quarta-feira o seu primeiro aniversário, apresentando-se com um novo grafismo. A história de vida é contada aqui

O Tiago Santos, 18 anos, andou à procura de emprego e todas as portas se fecharam. Um amigo, jornalista, incentivou-o a criar um produto editorial, com publicação on-line. Outro amigo, porque em causas válidas os verdadeiros amigos estão presentes, ajudou-o a criar o site. Com paralisia cerebral desde a nascença, Tiago Pinto explicou à Jornalista Ana Gaspar que tem "bastante dificuldade no trabalho", mas que a tenta minimizar. "Para melhorar necessitaria de um equipamento à medida, o que neste momento é completamente impossível devido ao preço elevado". O jornal é feito pelo Tiago e por outros três amigos, com o auxílio de conteúdos fornecidos por uma agência regional de notícias. Um dos objectivos é garantir a sustentabilidade do projecto para poder contratar uma equipa de jornalistas profissionais.