quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Porque é que tinha de me acontecer isto"

Três mães que tiveram filhos com trissomia 21 contaram à jornalista Gina Pereira, do Jornal de Notícias, como foi lidar com a notícia da doença: o choque, as dúvidas, a reacção da família e dos amigos e a ansiedade do que iria significar esta mudança no futuro das suas vidas. Hoje garantem ser muito felizes. Ultrapassaram medos e obstáculos.

Este bom contributo do jornalismo de causas foi publicado na edição de 2ª feira do JN. Infelizmente, não foi publicado na edição on-line.
São histórias destas (sim, o jornalismo também conta histórias de vida) que fazem a diferença numa sociedade de indiferenças.

Do artigo, cito um excerto do testemunho de Maria João Duarte, 48 anos, um filho com trissomia 21: Tomás, 15 anos.

“ Teve o que se costuma a chamar uma gravidez santa (…) nada indicava que pudesse haver problemas. Correu tudo bem, até ao dia em que Tomás decidiu nascer à pressa (…) De repente, acorreram vários médicos à sala de partos (…), mas Maria João, cansada do trabalho de parto, nem se apercebeu da tensão. O marido foi chamado à parte por um médico para lhe dizer que suspeitavam que o bebé tinha um problema cromossomático. Maria João recebeu a notícia de chofre, através de uma conversa de corredor entre duas empregadas de limpeza: “esta que acabou agora de parir teve um filho mongolóide” (…) Porque é que tinha de me acontecer isto? Eu vou ser capaz? Como é que vai ser a minha vida?”. O turbilhão de perguntas e dúvidas só se dissipou na manhã do dia seguinte, quando pode ir ver o filho à incubadora, pegá-lo ao colo e despi-lo. “Então mas e só isto?”, lembra-se de pensar: “ o meu filho é tão bonito”. Regressou a casa no mesmo dia, cheia de dúvidas. (…) O que mais lhe custou foram os silêncios. “As pessoas chegavam ao pé de nós e não sabiam o que dizer. Não nos davam os parabéns. Bolas, eu acabei de ser mãe!”

Saber mais sobre a trissomia 21 aqui e aqui

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